sexta-feira, 13 de março de 2009

A arte do fazer e o academicismo do nada


“Nós somos parte do ambiente, por isso, ao invés de falar de meio ambiente vamos falar do ambiente inteiro, e se sentir que o mesmo destino da natureza é o nosso destino. A partir daí nasce uma consciência de responsabilidade, uma ética do cuidado para que todas as coisas que estão doentes se regenerem e as que estão sadias possam evoluir junto conosco.”
Leonardo Boff

Neste sentido, o homem é o único animal que modifica a natureza, muitas vezes de forma irreversível. Faz isso desde que aprendeu a construir sua casa, cultivar os alimentos, domesticar os animais e explorar os minerais. A sociedade moderna intensifica de forma tão alarmante este processo, que compromete a vida no planeta. O objetivo? Aumentar o lucro capitalista.
A Revolução Industrial acelerou a degradação da natureza, com o uso de combustíveis fósseis (inicialmente carvão, hoje petróleo e gás). O crescimento das áreas cultivadas e a extração mineral destruíram vegetações nativas e florestas. Como conseqüência, os rios e nascentes foram afetados e inúmeras espécies animais e vegetais foram extintas. Sem contar com a destruição sem limites em nome da urbanização e do crescimento.
Os interesses econômicos continuam estimulando as agressões ao meio ambiente, com a conivência dos órgãos públicos e muitas vezes dos meios de comunicação. Alguns ambientalistas, pegando carona num postulado científico, afirmam que para toda ação humana haverá uma reação da natureza. Se observarmos como o processo de desertificação cresceu em praticamente todos os continentes, a assertiva não parece nenhum absurdo.
A problemática ambiental é complexa e envolve aspectos sociais, econômicos e políticos, entre outros. Estar atento a esta complexidade é fundamental para que se possam identificar os fatores que influenciam as diferentes manifestações do comportamento em relação ao ambiente. Nesse sentido, toda contribuição é bem-vinda, seja ela acadêmica, semi-acadêmica, prática ou não.
Dessa maneira, identificamos alguns fatores que contribuem para a desestruturação, como crescimento populacional acima do planejado, falta de serviços de infra-estrutura, baixa utilização tecnológica, ausência de políticas públicas para a distribuição de renda e oportunidades para a população, desqualificação dos agentes participativos etc.
E como alterar este quadro? Democratizar a discussão parece ser o primeiro passo. Depois é colocar em pauta, sobretudo, os problemas e as perspectivas para as mudanças.
Desde já apresentamos algumas sugestões de iniciativas para um novo processo de conscientização: formação de agentes comunitários sobre as questões ambientais; introdução do tema Plano Diretor em nossa cidade – possibilitando a população uma conscientização crítica para o desenvolvimento de uma cidadania dotada de discernimento e massa crítica junto com órgãos públicos e prestadores de serviços; criação de novas tecnologias voltadas para o uso na construção civil, instalações hidráulicas etc.
Por fim, insistimos numa afirmação - os desafios são muitos e nada melhor para se superar as dificuldades do que partir do discurso para a prática. Entendemos que este deve ser um compromisso de todos e todas, desde que seja feito considerando os valores éticos e o respeito a soberania dos povos.

Profª Guilhermina Rocha
Especialista em Educação e Historiadora
Colunista do Jornal Razão - Rio das Ostras
Presidente do CEPRO
E-mail: guilherminarocha@oi.com.br

CEPRO – Centro Cultural de Educação Popular de Rio das Ostras
Avenida das Flores, nº 394 – Bairro Residencial Praia Âncora
Rio das Ostras – RJ
Telefone: (22) 2760-6238 / (22) 9834-7409
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CEPRO – Um projeto de cidadania, educação e cultura em Rio das Ostras

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