segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Comunicação e Democratização


A realização da 1ª Conferência de Comunicação do Norte Fluminense neste último fim de semana nos enseja uma breve reflexão sobre o assunto.
Mas antes registro que desde 2003, no Brasil, estão sendo realizadas mais de 60 Conferências Nacionais sobre as diversas políticas públicas, com destaque para a de Comunicação, prevista para o final deste ano, e a de Educação, para o primeiro trimestre de 2010.
Os novos tempos estão por exigir outra relação entre Estado e sociedade, tendo na democracia participativa o principal instrumento de intervenção e construção de um projeto de desenvolvimento sustentável para este País.
Sobre o tema “Comunicação” é oportuno frisar o fato de o homem ser ao mesmo tempo produto e criador de sua sociedade e sua cultura. Para além do meio ambiente físico que o rodeia, o homem é condicionado, sobretudo, pelo meio ambiente social. Daí a importância, tanto da educação, quanto da comunicação.
É o caso de se perguntar: Será que a comunicação “social”, da maneira como se dá em nossa sociedade, corresponde aos anseios e necessidades das pessoas reais? Os meios de comunicação ajudam os cidadãos e as cidadãs na compreensão de sua realidade e na sua tomada de decisões? Estes meios possibilitam situações de autêntico diálogo e encontro? Estimulam também a capacidade crítica e criativa dos seus “consumidores”? Oportunizam o questionamento das estruturas sociais e de regimes políticos, que não se coadunam com os ideais de liberdade e de solidariedade, além de não atenderem às necessidades basilares de sua população?
Estas e outras questões nos permitem constatar, salvo melhor juízo, que os meios de comunicação, como são organizados e manejados, com raras exceções, parecem muito mais interessados no lucro, no poder e no domínio do que na construção de uma sociedade igualitária, solidária e participativa, onde as pessoas possam realizar plenamente o seu potencial humano.
Ao contrário, a lógica implementada pela mídia hegemônica e conservadora tenta desviar a atenção do povo dos seus problemas de base, com programas, filmes e novelas isentos de qualquer valor educativo e conscientizador.
A programação prima pelo tradicional “pão e circo” com vistas a embotar o senso crítico e estético da população, em especial daqueles mais vulneráveis à doutrinação consumista e mercantilista, bem ao gosto da indústria cultural dominante.
Conhecer melhor como se dá a comunicação “social” nas suas diferentes formas – jornais, rádios, TVs, internet etc. – pode contribuir para que as pessoas adotem posições mais críticas e propositivas em relação ao mundo a sua volta, superando os condicionantes de alienação.

Profª Guilhermina Rocha
Especialista em Educação e Historiadora
Presidente do CEPRO
Colunista do Jornal Razão - Rio das Ostras


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CEPRO – Um projeto de cidadania, educação e cultura em Rio das Ostras

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